Mixikó

"Apesar de tantas provações, a minha idade avançada e a grandeza da minha alma fazem-me achar que tudo está bem." Sófocles, Édipo

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"Esse Universo enfim, sem dono, não lhe parece estéril nem fútil. Cada grão dessa pedra, cada estilhaço mineral dessa montanha cheia de noite, forma por si só um mundo. A própria luta para atingir os píncaros basta para encher um coração de homem. É preciso imaginar Sísifo feliz". Camus,O Mito de Sísifo

terça-feira, janeiro 30, 2007

Mundo perfeito...

Disseram-me em tempos, para eu ter cuidado com quem falava porque a inveja sempre se esconde atrás de um lindo sorriso...é verdade, bem sei...aliás todos estamos carecas de saber...o que é lamentável. Quantas e quantas x, damos por nós a pensar "será que o que dizes é mesmo sincero,sentido?";"Se não é, porque o dizes então?";"será que posso mesmo confiar em ti como parece?". Sei lá...acho que o melhor é não pensar muito nisso, senão acaba por virar paranoia...

O mundo perfeito, onde tudo é cor-de-rosa, onde os casais são todos bem sucedidos, onde não sabem o que é consolidar ideias ou se preferirem uma bela discussão, onde os solteiros são todos felizes...um mundo em que todos vivem bem, ganham bem,estão bem...existe mesmo?Claro que não...tudo conversa para boi dormir...O que é real é este nosso mundinho, com muitas cores, outras x somente a preto e branco...mas, um mundo real onde cabe tudo...miséria humana,inveja, ganância,fome de poder,cinismo,falsidade...mas, também com muito espaço para o amor, amizade,solidariedade,sinceridade,justiça...basta que exista somente uma única coisa: Vontade...

Às x, tenho receio de me repetir, ou de tudo isto não fazer nenhum sentido para quem lê...mas para mim faz bastante sentido...Tenho tido provas de verdadeiro amor de certas pessoas que se dizem amigas...existe melhor mundo do que esse?Onde nos dão provas de que realmente se importam conosco, em que o que dizem é verdadeiro?Em que os gestos são sinceros?Não existe um mundo perfeito, talvez para os cretinos que insistem em levar uma vida de fachada...mas para mim, este mundo em que vivemos, basta para encher o meu coração...porque nele tenho tido uma rica paisagem humana...
beijos e abraços per tutti

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Okapa...oiiiiiiiiiiiiiii

Gente Pobre foi a estreia literária de Dostoiévski e revela uma impressionante maturidade se considerarmos que tinha então apenas 25 anos. Podemos vê - lo como um manifesto da sua concepção de literatura, porque encontramos aqui presentes as especificidades que o distinguiriam ao longo de toda a sua obra. Ainda antes da sua publicação, este primeiro romance foi alvo dos elogios entusiastas do crítico literário Belinski, que vaticinou o surgimento de um gigante da literatura e defendeu que Gente Pobre constituía a primeira manifestação do romance social no país dos Czares. Mas Dostoiévski é mais do que um romancista social - ele entra dentro das suas personagens e sonda as profundezas das suas almas, pensando, sentindo e falando como elas. Gente Pobre é um romance epistolar, genialmente construído com um mínimo de descrição, o que obriga o leitor a reinventar tudo aquilo que não é dito. Esta história passa - se num dos bairros miseráveis de São Petersburgo, onde um funcionário de meia - idade vai trocando correspondência com uma jovem costureira que é na realidade sua vizinha. Mas, demasiado pobres para se casarem, o seu amor passa todo e apenas por estas cartas de dimensão patética, onde contam um ao outro os pequenos acontecimentos do dia - a - dia e onde relatam as suas vidas sofridas, reflectindo individualidades tornadas insignificantes pela miséria.
In,Wikipédia
Encontrei num Alfarrabista do Chiado...vale bem a pena ler estas obras

P.S. Perdoem a longa ausência aqui e nos vossos blogs...mas por x, temos necessidade de mergulhar noutras dimensões, igualmente deliciosas...como a leitura e os filmes antigos...
Mas, eu estou bem...obrigada, a minha médica achou que eu estava a precisar de descanso e por isso cá estou...a descansar(adeus Olivia Palito...é por uma boa causa).
beijos e abraços per tutti


quinta-feira, janeiro 11, 2007

Curiosidades..."Pauvres gens"

"Ce livre est le premier écrit par Dostoïevski. Il a paru en 1846 et l’auteur a vingt-cinq ans.
Le bagne, et les grands romans qui le suivront, sont pour plus tard.
C’est un ami de Dostoïevski qui le fera lire à un critique et celui-ci sera émerveillé !
Tout le livre n’est composé que de lettres échangées entre deux personnages : Makar Alexéiévich (ou Diévouchkine) et Varvara Alexéievna (ou Varinka).

Ces deux personnes vivent l’une en face de l’autre, séparée par une cour. Makar Alexéiévich est un petit fonctionnaire et Varinka est une jeune orpheline pauvre. Lui ne parle que de ses trente années de fonctionnariat, alors qu’elle ira jusqu’à confier ses carnets d’adolescence à Diévouchkine.

Cette relation va évoluer très lentement vers une sorte de pitié d’abord, puis vers une affection profonde allant jusqu’à l’amour sans en vraiment donner le nom.Chacun livrera ses soucis, ses craintes, ses doutes, ses difficultés, à l’autre. Diévouchkine, au long de sa correspondance, ne se fait pas beaucoup de cadeaux et parle de lui en se traitant de « rat de ministère », de « vieil ignorant » et j’en passe !… Quant à Varinka, dans l’une de ses lettres elle dit ces paroles terribles : « Ah ! mon ami ! le malheur est une maladie contagieuse. Les malheureux, les pauvres, doivent se garer les uns des autres pour ne pas aggraver leur mal. »Dostoïevski décrit merveilleusement bien l’univers petit et même pitoyable de ces « pauvres gens » parcouru par des êtres aussi dépourvus qu’eux, comme un mendiant du quartier, ou dangereux, comme la logeuse ou l’usurier.
Chacun devient petit à petit un confident de l’autre, puis son miroir.Un livre attachant, très bien écrit, mais qui n’a pas encore la puissance des romans d’après le bagne…"

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Dostoievski

"Não acabei a carta anterior, Makar, porque não estava com disposição para escrever.Há ocasiões em que desejo estar só pra poder abandonar-me aos meus tristes pensamentos e saborear, no isolamento, a minha tortura; tais estados de espírito são cada vez mais frequentes. Perdura nas minhas recordações algo misterioso que irresistivelmente me atrai até ao ponto de ficar durante horas insensível a tudo o que me rodeia e esquecida por completo do presente, de todo o presente (...)
Todavia, a esses devaneios sucede-se sempre uma estranha melancolia(...)
Mas esta manhã, tão fresca, clara e brilhante, como já vão sendo raras no Outono, insuflou-me uma nova vida e comunicou à minha alma uma enorme alegria. Oh, como eu gostava do Outono no campo! Embora nesse tempo fosse ainda uma criança, já sentia e percebia tudo com grande intensidade. E as tardes ainda mais me encantavam. Lembro-me que a dois passos da nossa casa, no sopé da montanha, estava o lago. Esse lago...Parece-me que o estou vendo...Tão claro e puro como cristal! Estava a tarde muito serena e tudo se reflectia na água."
In, Obras completas, "Pobre Gente", pág 139/140

quinta-feira, janeiro 04, 2007

De...Dostoievski

"Hoje, ao acordar, sentia-me com uma disposição de espirito tão boa como a sua. Se visse como eu estava contente (...)
Estive tão contente! Mas agora...
Voltam outra vez a atormentar-me o coração as ideias vagas e tristes.
(...)
É verdade, já me ia esquecendo. Não deixe de me escrever com a maior minúcia possível, diga-me que género de vida faz, o que se passa à sua volta, enfim, tudo!
Que género de gente é essa que vive aí e se dá bem com ela. Gostava de saber tudo. Assim, não deixarei que a ponta da cortina fique presa sem eu querer. Deite-se mais cedo.(...)
E agora, adeus. Hoje tudo voltou de novo: mágoa,sobressalto e tédio.
Foi cá um destes dias! Mas, enfim, adeus.
Sua,
Varvara Dobroselov"
In, Obras completas, "Pobre Gente", pág 43/44

Grata RPM

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Breves...

No dia 22 nasceu o Francisco...de uma amiga minha...lindo,lindo...logo a seguir ao dia do meu pilocas...isso é que vai ser...só festas...sem descanso...depois é o natal, depois a passagem do ano...depois o carnaval e por ai...beijos cheios de saúde para o Francisco...

Passei a passagem de ano em casa de uns amigos, no parques das nações...não estão bem a ver a quantidade de gente ao pé do river...para ver o fogo de arte...arte...dizem que sim, que é arte...
não há pachorra para tanto caos...a malta gosta mesmo do transito...estás-lhes no sangue já...filas e filas...já não vivem sem elas...

terça-feira, janeiro 02, 2007

Lareira a céu aberto...praça central de Reguengos













No sábado ouvi um anúncio divinal,numa rádio de reguengos e cantava assim:
"O Restaurante.... blábláblá, encerra aos domingos para descanso dos seus...clientes".
Os trabalhadores que se lixem...divinal...tem um quê de criatividade...
Aqui canta uma lareira no meio da praça central... para aquecer a alma de quem por lá passa... e de quem por lá vive...como que perdidos no tempo...
Ao lado, vemos os mais velhos plantados à beira da estrada, confundem-se com as árvores...que têm tanto para contar...as árvores...os velhos...donos da história. O tempo aqui passa tão devagar...e nunca apetece partir...